1° Curso de Antroposofia de João Pessoa
de março de 2025 a março 2026
1° Curso de Antroposofia de João Pessoa
de março de 2025 a março 2026
2 módulos presenciais e 8 módulos online
João Pessoa/PB
Para a Antroposofia, o ser humano está intimamente ligado à natureza e aos seus elementos, de maneira que constituem juntos um organismo complexo e harmônico. Este universo possui um aspecto visível, concreto, palpável e mensurável e outro não perceptível aos sentidos, que constitui um conjunto de forças dinâmicas e sutis.
Em março de 2025, nos dias 7, 8 e 9, a cidade de João Pessoa será anfitriã do 1° Curso Básico de Antroposofia, promovido pela Associação Brasileira de Medicina Antroposófica (ABMA - Regional Nordeste e Regional Centro-Oeste) em parceria com nossa Associação Pedagógica Flor de Mandacaru.
Vamos seguir juntos nesta jornada?
Localização da Antroposofia no contexto mundial, em sua fundação. Breve histórico do caminho feito por seu fundador, Rudolf Steiner e como ele expressou o desejo de criar uma Ciência Espiritual, onde o estudo do humano e do mundo não se limitasse ao que é sensorial, mas fosse ampliado. Serão abordados os temas:
- O Ser humano como corpo, psiquê e protagonista do entendimento de si e do mundo.
- O corpo trimembrado em: (a) Sistema neurossensorial, localizado prioritariamente na porção cefálica, com intenso catabolismo e processos de consciência; (b) Sistema metabólico-locomotor, com sede no abdômen, onde o anabolismo é intenso e os processos internos atuam inconsciente; (c) Sistema rítmico, onde o processo dá-se por um encontro destas duas dinâmicas polares, opostas e complementares criando um novo sistema de equilíbrio constante e promotor da saúde.
- O psiquismo trimembrado no pensar, no sentir e no querer sendo que o pensar atua com o processo de consciência, o sentir, nem tanto e o querer, por vezes nos é desconhecido e oculto.
- A função cognitiva do humano como um ponto para o processo evolutivo individual e coletivo. O incômodo do erro, a condição de ver-se isento de mentiras. O caminho humano em busca do que é central em sua vida moral.
Nesse módulo veremos o ser humano em suas dinâmicas funcionais:
- A dinâmica físico-sensorial, percebida pelos sentidos, seu corpo físico.
- A dinâmica vital, não perceptível aos sentidos, mas perceptível pela sua ação quando nos encontramos vitalizados ou desvitalizados: (a) o equilíbrio da vigília e do sono como repositório de vitalidade; o corpo vital; (b) a dinâmica do processo anímico-emocional, onde o desgaste das emoções trabalha como um consumidor de vitalidade e saúde, o corpo anímico; (c) a identidade central do ser humano com sua complexidade de conteúdos éticos e morais. O lugar interno onde, meditativamente, podemos encontrar respostas. Seu incansável trabalho individualizando nosso corpo nos mais detalhados processos com nas linhas papiloscópicas e no código genético evitando patologias como o câncer e outra, a organização do Eu.
- A relação do humano com os demais reinos naturais: (a) o reino mineral, abiótico, sem vida; (b) o reino vegetal, vivo, mas de consciência abafada; (c) o reino animal, vivo e consciente do meio, mas inconsciente de si; (d) o reino humano, onde os processos vivos culminam em uma autoconsciência e uma capacidade de aprendizagem sobre si e sobre o mundo.
- A visão atualizada de como funciona a percepção do mundo através do processo de observação de como se entrelaçam nos fenômenos os quatro processos elementares da matéria. Os processos dos elementos terra, água, ar e fogo com os processos sutis da vitalidade onde temos os éteres que propiciam a vida em si. O éter de luz como processo inicial de vida, o éter de quimismo como processo de manutenção e o processo do éter de calor como processo que gera reprodução, catabolismo e consciência.
As polaridades complementares serão tratadas, nesse módulo, como método de entendimento das patologias. A patologias com tendência a esclerose que contrapõem-se, por natureza às patologias de tendência inflamatórias. A inflamação como forças metabólicas desmesuradas e a esclerose com forças de catabolismo intensificada pela atividade anímico-pensamental.
Serão vistos, também:
- os processos histéricos, que cursam com processos de invasão do psiquismo por forças que naturalmente configurariam os órgãos;
- os processos neurastênicos que, ao contrário, configuram em excesso tanto o emocional, esfriando-o, como o pensar, consumindo vitalidade;
- o processo oposto da formação do sangue, altamente renovável, e o da formação dos nervos, que não se regeneram depois de formados e
- as polaridades como arquétipo. Sono e vigília. Jovem e idoso. Anabólico e catabólico. Masculino e feminino, etc.
O ser humano como ser vivo. A vida como um resultado de forças e processos que migram do Cosmo e a mescla desses processos com o que migra da própria Terra como matéria. As forças cósmicas, principalmente solares, como forças que organizam a matéria viva na Terra. (Fotossíntese). A interferência dos demais astros nos processos orgânicos da vegetação. O animal e o humano como seres que englobaram estas forças cósmicas desde a concepção e tornam-se de certa maneira, independente delas. O sol e a força do coração físico e anímico. A lua como força de reprodução nos genitais, (ciclo menstrual e gestação 280 dias em média) e força atuante no psiquismo humano. Marte como força da palavra e do processo biliar da vontade. Júpiter como força de anabolismo e vitalidade hepática. Saturno como forças de mineralização dos ossos, isolamento do mundo pelos órgãos sensoriais e forças de imunidade. Vênus como forças do processo renal e suprarrenal, com a sensualidade e o erotismo dos hormônios sexuais. Mercúrio como forças de trocas do pulmão e de outras mucosas.
O estudo arquetípico dessas forças através da literatura mitológica e seu entendimento como funções fisiológicas e processos de enfermidades.
Aqui veremos doze forças arquetípicas que pouco têm a ver com o que conhecemos como astrologia, mas que foram material de conhecimento para os antigos e ganham uma releitura a partir do processo fenomenológico da Antroposofia.
Assim como o ser humano “englobou” forças arquetípicas planetárias em seus sistemas orgânicos, também envolveu-se com forças mais distantes cósmicas que, na verdade, repercutem desde a criação do humano e foram propagadores da existência do cosmo sensorial como ele é.
São forças da vontade que permeiam tudo o que tem existência sensorial e permeiam processos anímicos no humano, forças da sabedoria, que organizam principalmente a vida e, de certa forma a existência mineral. Forças de movimento que regulam os ritmos cósmicos anuais e a longo prazo, bem como forças da forma, que revelam-se nas estruturas metamórficas da vida e nas estruturas mais duradouras dos minerais.
Nesse módulo veremos que o ser humano não habita o mundo anímico sozinho. Várias forças e seres além de compartilhar o mundo suprassensorial com o humano são, na verdade, cocriadores e trabalham até hoje para a evolução humana. Longe de ter uma visão religiosa ou mito poética do Cosmo, a Antroposofia lida com a ideia que o ser humano, como única potência de liberdade no universo sensorial, foi criado em etapas por seres bem mais poderosos, onde cada um deu uma parte de sua própria existência para a feitura dessa criatura, que pertencendo a dois mundos, conhece o bem e o mal e tem opção de escolher. Não encontramos ética na natureza, pois não há escolha nas forças naturais. Só nas forças e processos da natureza que foram englobados pelo humano é que encontramos possibilidade de escolha e evolução. O Cosmo e o homem já passaram por três grandes fases de desenvolvimento:
- Antigo Saturno, um Cosmo inicial de calor e vontade.
- Antigo Sol, um Cosmo já com tempo, luz e espaço, permeado de virtudes e sabedoria.
- Antiga Lua, um Cosmo de anseio e renúncia, onde forças antagônicas entraram na natureza do Cosmo e do humano para fender o universo físico e anímico em polaridade de aparente bem e mal. De forças evolutivas e involutivas. É um universo mais complexo de forças onde a vontade já se separa em desejo e virtude, onde a sabedoria fende-se em saber progressivo e altruísta e saber em nome do egoísmo, onde o movimento já pode criar anseio e dor e a forma, passa a poder ser deformada e adoecida.
Estamos, enfim, no quarto processo de evolução, a Terra Atual. Com suas fases e civilizações. Estamos num processo onde a necessidade de uma consciência além do material será a única forma de restaurar as forças morais humanas a serviço do próprio desenvolvimento.
O ser humano, mais que história, possui uma biografia. Ele é um ser que, por ter a dotação da memória, constrói sua história a partir de suas escolhas e as relata de acordo com as necessidades. Se estamos no caminho de impressionar bem alguém, contamos uma boa história; se estamos em busca da ajuda, contamos outra. Porém, o estudo da biografia humana tem leis e processos de esclarecimentos que norteiam a formação de um senso sobre si mesmo. Neste módulo abordamos o processo dos setênios, dos doze anos, dos 19 anos, dos 29 anos e outros ciclos e espelhamentos que farão compreensíveis vários fatos de nossas vidas.
Passamos sete anos renovando o corpo que recebemos de nossa mãe, renovando todo o conteúdo proteico e formando nossos órgãos, principalmente o nosso sistema nervoso central que amadurece com o nascimento dos dentes e nos libera para a educação formal aos sete anos. Depois amadurecemos as forças de nosso tórax; dos 7 aos 14 anos tratamos de conhecer o mundo e isto por ser muito desvitalizante se não for bem feito e repercutirá para o resto da vida. A pedagogia Waldorf nos traz novos conceitos sobre o ensino através da arte para não fatigarmos o aluno e não estragar as forças cardíacas e pulmonares que repercutirão em enfartes e enfisemas na idade adulta. Aos 14 anos temos o amadurecimento genital, a crise da adolescência e a maturidade para vermos o mundo como ele é, a verdade sobre as coisas e a formação de um caráter a partir do que é real. Segue-se o desenvolvimento de sete em sete anos. Temos as crises profissionais de doze em doze, as crises de identidade de 19 em 19 anos, de existência de 29 em 29 anos e por aí vai.
Nesse módulo veremos como nos alimentamos dos demais reinos da natureza e como a matéria destes reinos não pode ser aproveitada da forma que estão em nosso organismo> Veremos também que a digestão é algo que tem como finalidade retirar dos alimentos as forças e processos minerais, vegetais e animais para que possamos utilizar o restante material em nossa constituição.
Veremos que a organização proteica do ser humano possui dois tipos de proteínas, as configurantes, de longa duração (aproximadamente sete anos) e as proteínas funcionais, tais como enzimas, vitaminas, hormônios, neurotransmissores etc., que são repostas com muito mais rapidez. A especificidade dessas proteínas é que promove nossa saúde. Veremos, também, os processos rítmicos alimentares e a função do baço; os ritmos de sono e vigília como processos reparadores para que possamos reconstituir a vitalidade do sistema nervos; a Salutogênese e a forma de gera saúde e a mudança do paradigma da Patogênese, que tenta tratar e evitar doenças e os paradigmas da Salutogênese, que reforça o que provoca a saúde.
O amadurecimento físico e anímico de um ser humano não acontece na gestação. Ali nos são dadas apenas as linhas gerais do que é um corpo humano. Este corpo é constituído por proteínas maternas e deve ter todo o seu conteúdo renovado em sete anos. Desde o sangue (icterícia neonatal), o tecido mais mole, até a troca dos dentes aos sete anos, o tecido mais duro, tudo isto é feito através do que vem de especial do mundo superior e o que recebemos por hereditariedade e do meio. A maturidade escolar como um evento que evita o estupro intelectual da criança muito jovem. A imitação como força de aprendizagem. O mundo é bom até sete anos, belo de sete a quatorze e verdadeiro de quatorze aos vinte e um. A escola com complementaridade das forças da família. O intelectualismo e a competição como forças esclerosantes. Os diversos tipos de família e as funções dessa instituição.
A Antroposofia como uma proposta do mundo moderno, isenta de dogmas, baseada na força da liberdade do pensar humano para introduzir conceitos sobre o anímico e o espiritual a partir da ciência a visão do Cosmo e do humano. Falamos do espiritual não religioso ou dogmático, mas como a capacidade que temos de observar nossos passos e evoluirmos. Como a capacidade que temos de, ao olhar o mundo, percebermos por detrás das estruturas de forma e movimento (ritmos) do mundo sensorial as forças espirituais e anímicas que a impulsionam. O caminho interno feito sozinho, sem mestres ou sacerdotes. O caminho meditativo a partir da própria força do querer.
Dra. Ana Débora Matos da Costa
Médica de Família com ampliação pela Antroposofia. Participa da coordenação de cursos básicos e formação médica oferecidos pela Associação Brasileira de Medicina Antroposófica (ABMA) - Regional Nordeste, no Estado do Ceará.
Dra. Anne Jacqueline Braga
Graduação em Medicina pela UFS - 1992. Especialista em Endocrinologia e Metabologia pela SBEM (1995). Formação em Medicina Antroposófica pela ABMA (2001). Formação em Canto e Cantoterapia pela Escola Raphael do Desvendar da Voz (2016).
Dra. Heloisa Oliveira
Médica antroposófica e aconselhadora biográfica. Otorrino-laringologista. Presidente da ABMA/RJ. Fundadora da Trinus Formação Biográfica do Rio de Janeiro. Coautora do livro Aconselhamento Biográfico editado pela Associação Brasileira de Aconselhadores Biográficos (ABAB).
Dr. Marcos Trajano
Médico na Estratégia Saúde da Família na Secretaria de Estado de Saúde do DF. Graduado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (2007). Especialista em Gestão da Clínica (IEP/HSL) e em MTC/Acupuntura (ABA). Instrutor de Yoga. Gerente de Práticas Integrativas em Saúde. É docente em Antroposofia e idealizador do projeto Hortos Agroflorestais Medicinais Biodinâmicos (HAMB).
Dr. Paulo Tavares
Médico graduado pela Universidade Federal da Paraíba .
Presidente da Associação Médica Homeopática de Minas Gerais - AMHMG (1982). Atuou com Ginecologista e Obstetra, Belo Horizonte até 1988. Presidente da ABMA (2011 e 2018-2020) Coordenador de cursos de formação antroposófica no Ceará, Distrito Federal e Goiás. Docente de Antroposofia pela ABMA no CE, DF, GO, MG, RJ, RS, SP Médico Escolar.
João Batista de Carvalho Lopes
Formado em Filosofia, trabalha na escola Waldorf há 18 anos no Ensino Fundamental. Ele também é coordenador e professor do curso de formação em pedagogia Waldorf.
Juliana Fratucelli
Pós-Graduada em Pedagogia Waldorf pelo Instituto Social Micael de Aracaju/SE. Professora de Jardim e Professora de Artes Plásticas e Trabalhos Manuais na Escola Acalento em Lauro de Freitas/BA (2012 -2016). Curso de Terapia Artística A Antroposófica em formação pela Associação Sagres Florianópolis/SC. Atendo em consultório próprio com a Terapia Artística.
Vanda Amaro
Graduação e Pós-graduação pela Universidade de Brasília – Pedagogia e Psicopedagogia, respectivamente. Pós-graduação em Artes na Pedagogia Waldorf pela Faculdade Rudolf Steiner - São Paulo. Professora na Escola Waldorf Moara, nos seguimentos: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Profissional do Movimento – Extra Lesson. Professora de Artes nos Curso Básico de Antroposofia da ABMA-CO. Coordenadora do Seminário de Capacitação de Professores Waldorf.
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